Brasília, segunda-feira, 19 de outubro de 2009 - 18:18
PIRÂMIDE INVERTIDA
Salários altos reduzem a miséria na capital federal
Fonte: Correio Braziliense
A pirâmide socieconômica do Distrito Federal está cada vez mais invertida. O topo, que abriga as famílias de renda mais elevada, alarga-se a cada ano.
A base, onde se aglomeram os mais pobres, vai se estreitando. O movimento ocorre em todo o país, mas na capital federal as mudanças são bem mais expressivas.
A justificativa é o aumento de renda. Salários mais altos pagos na cidade nos últimos 15 anos puxaram 383,2 mil pessoas para a classe AB, o que corresponde a mais de um quarto da população do DF. Pelo mesmo motivo, 94,8 mil brasilienses deixaram a classe C.
Resultado: reduziu de um quinto dos moradores para apenas 10% entre 1993 e 2008, segundo o estudo Consumidores, produtores e a nova classe média: miséria, desigualdade e determinantes das classes(2), elaborado pelo professor Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciliar (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O salto de uma faixa para outra ocorreu em todas as classes de renda. Além das 94,8 mil pessoas que ultrapassaram a linha da pobreza e passaram da classe E para a D, o número de moradores que ingressaram na classe média quase duplicou em 15 anos.
Ao todo, 511,9 mil pessoas inflaram a classe C desde 1993. Outras 383,2 mil passaram a ser consideradas ricas, compondo a classe AB, que atualmente chega a 669.390 brasilienses.
"O aumento de renda se deu em toda a população, mas com mais fermento nas classes mais baixas, por isso a classe C aumentou tanto. Esse acréscimo se deve à elevação de renda do trabalho e às transferências governamentais", afirma o autor do estudo, professor Marcelo Neri.
A renda de R$ 4.807 por família pode parecer baixa para caracterizar a parcela mais abastada da população, principalmente na cidade que tem o rendimento mais alto do país, segundo a Pnad, mas apenas em Brasília o percentual de pessoas que pertencem à classe AB é tão elevado.
Em todo o Brasil, 10,4% das famílias vivem com um valor superior a esse por mês. Ao todo, são 19,7 milhões de pessoas, das quais 669,3 mil moram na capital federal.
Os estados que aparecem em segundo e terceiro lugar, Rio de Janeiro e São Paulo, têm um percentual bem inferior de moradores na classe AB, 14,5% e 14,4%, respectivamente.
"O número de membros nas famílias está caindo em movimento acelerado. Então, a média pessoal vai aumentar porque tem menos gente dividindo o bolo. Além disso, há cada vez mais casais sem filhos e pessoas morando sozinhas; por isso, considerando o cenário nacional, esse volume de R$ 4,8 mil é realmente alto", afirma o professor de economia e finanças públicas da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli.
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