Brasília, quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 - 15:15 | Atualizado em: 21 de janeiro de 2011
PISO NACIONAL
Dia de Luta em Defesa do mínimo de R$ 580
Fonte: Portal da CTB
Trabalhadores ocupam as ruas para garantir aumento maior do piso nacional

Na última terça-feira (18), trabalhadores brasileiros convocados pelas centrais sindicais - CTB, CUT, CGTB, NCST, FS e UGT - tomaram as ruas em diversas capitais brasileiras no Dia de Luta em defesa do salário mínimo de R$ 580.
Em São Paulo, o ato que reuniu centenas de participantes, começou no vão livre do Masp e seguiu até o prédio do TRF (Tribunal Regional Federal).
Pressão e unidade das centrais
Wagner Gomes, presidente da CTB Nacional, explica que o ato é uma estratégia unificada para brigar pela manutenção da política de valorização do salário, responsável por melhorar a distribuição de renda, combater as desigualdades sociais e fazer com que mais de 30 milhões de pessoas melhorassem de classe social.
"Estamos aqui para defender os direitos dos trabalhadores que são os que mais sofrem.
Nossa expectativa é que quando abrir o congresso esses problemas estejam resolvidos, porque senão, iremos para Brasília pressioná-los".
Para o dirigente, outro ponto importante é a correção da tabela do imposto de renda, sem a qual os acordos conquistados pelas categorias durante as campanhas salariais são anulados, já que o trabalhador mudará de alíquota de contribuição e pagará mais.
Os sindicalistas aproveitaram a oportunidade para protocolar no TRF uma ação civil pública – com pedido de liminar – pedindo o reajuste da tabela que serve como base de cálculo da alíquota do IR de acordo com o índice do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor/IBGE) acumulado em 2010, que foi de 6,47%.
Em defesa do trabalhador
A tabela do IR – que, desde 2007, é corrigida pela meta de inflação, de 4,5% – não teve mudança para 2011.
"É bom ressaltar que milhares de trabalhadores passarão a pagar Imposto de Renda após os reajustes salariais do ano passado", afirma o presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva (Paulinho).
Ele explica que a correção pelo INPC elevaria a primeira faixa de cobrança de R$ 1.499,16 para R$ 1.595,99.
O sindicalista completa dizendo que será um erro a presidente Dilma Rousseff se deixar influenciar pelos burocratas. "Se ela ouvi-los, vai ter muito trabalho com o movimento sindical.
Não concordamos com esse valor que não contempla sequer a inflação do período", garantiu Paulinho reforçando a unidade consolidada entre as centrais.
"As centrais estão mais unidas do que nunca para colocar pressão sobre os parlamentares e o governo a fim de consolidar o salário mínimo de R$ 580 e a política permanente de valorização", completou Canindé Pegado em sua intervenção.
Abertura das negociações
As centrais também definiram o envio de um pedido de audiência com a presidenta Dilma Roussef para tratar emergencialmente da questão do mínimo.
Conforme as centrais, valor previsto no Orçamento de 2011 e estabelecido na Medida Provisória 516 representam uma variação nominal de apenas 5,88% em relação ao valor anterior de R$ 510, sendo inferiores até mesmo aos 6,47% apontados pelo INPC, jogando um balde de água fria na política de valorização.
Na última sexta-feira, o governo subiu para R$ 545 o salário mínimo a partir de 1º de fevereiro. valor ainda insuficiente para os sindicalistas.
Para Artur Henrique, presidente da CUT, a aprovação do mínimo de R$ 545,00 representa um retrocesso para a classe trabalhadora. "Não vamos deixar de lutar contra qualquer retrocesso na política de valorização permanente que conquistamos após muitas marchas e muita pressão.
Mais do que valores, estamos falando de um projeto de país, de desenvolvimento com justiça social e distribuição de renda.
A política de recuperação do salário mínimo é essencial para o combate à miséria, elencada como prioridade pelo novo governo", ressaltou.
Antonio Neto, presidente da CGTB, lembrou que "a recuperação do mínimo foi determinante para o enfrentamento da crise de origem externa e necessita ser mantida.
Quando a oposição apresentou uma proposta eleitoreira para aumentar o mínimo para R$ 600,00 e acabar com a política de recuperação, as Centrais Sindicais que apoiaram Dilma se posicionaram contra a demagogia.
No mesmo período, a nossa presidente assegurou que concederia aumento real para o mínimo neste ano. Agora precisamos debater qual será este patamar.
Nós temos convicção de que é possível chegar aos R$ 580,00, valor justo e que será fator fundamental para a política de erradicar a miséria no país", completou Neto.
"O aumento do salário mínimo vai gerar maior dinamismo na economia e evidentemente maior arrecadação de impostos gerando receitas para os cofres públicos.
Não aceitamos qualquer política de arrocho. Todo mundo ganha quando o Brasil cresce", concluiu o presidente estadual da Nova Central-SP, Luiz Gonçalves.
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