Ensino superior: SAEP propõe pesquisa para concessão de ganho real e auxílio alimentação

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Brasília, terça-feira, 26 de junho de 2012 - 15:13

CAMPANHA SALARIAL

Ensino superior: SAEP propõe pesquisa para concessão de ganho real e auxílio alimentação


Por: Daiana Lima

Estudo será realizado por economistas do Dieese. SAEP critica postura patronal e defende valorização dos trabalhadores por meio da ampliação de direitos

DL/SAEP
Representantes do SAEP (D) em negociação com comissão patronal

O País vive um dos melhores momentos econômicos da história. As taxas de juros foram reduzidas e houve aumento do poder aquisitivo e de consumo das famílias. O governo federal implementou uma política de elevação do salário mínimo. O Brasil mantém uma regularidade econômica, com controle da inflação e baixas taxas de juros.

E o que dizem os patrões? Eles alegam que as instituições de ensino superior (IES) do Distrito Federal estão em crise financeira.

Será mesmo? Então vejamos.

A renda per capita de Brasília é uma das mais altas do País; as mensalidades das instituições de ensino do DF estão entre as mais caras, com reajustes anuais acima da inflação; cresce o número de alunos matriculados e também a abertura de novas instituições de ensino; são vários os programas de incentivo à educação do governo federal, inclusive com isenções fiscais; e expansão dos lucros nos últimos anos devido à estabilidade econômica e controle da inflação.

Então, será mesmo verdade que as instituições de ensino do DF passam por crise financeira?

É neste sentido que a diretoria do SAEP propôs, na última rodada de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), do ensino superior, realizada na última quinta-feira (21), um estudo do Dieese com representantes do sindicato patronal (Sindepes), para construir alternativas para a evolução dos salários, como a concessão do ganho real e o auxílio alimentação.

"O setor de ensino não é um dos mais transparentes, diferente de bancos, por exemplo. Nosso estudo é para entender os números do DF, é um estudo geral. A questão agora é saber em que momento e circunstâncias podemos fazer uma reunião de trabalho para ver os números e tentar construir e formular um acordo", explicou o economista do Dieese Valmir Gôngora, que assessora o SAEP.

O presidente da comissão do Sindepes, Roberto Esteves, concordou com a realização da pesquisa, mas, adiantou que, para o sindicato patronal, "é interessante trabalhar com a realidade das instituições filiadas", e alertou que "ninguém abre contabilidade para ninguém".

"Para nós [o setor] também não é muito transparente, porque, apesar de estarmos aqui [em negociação] também são concorrentes. Nossa função aqui é tentar construir um acordo equilibrado", afirmou Esteves.

Contraproposta
A presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, cobrou uma resposta do sindicato patronal em relação à pauta de reivindicações do SAEP, enviada em abril.

"Até agora não recebemos uma contraproposta. Nossa pauta tem 72 cláusulas e, para dinamizar as negociações, também enviamos uma mini pauta com 12 cláusulas. Foi dito aqui que teríamos respostas de todas essas 12 cláusulas e, até agora, ainda não recebemos", criticou a presidente.

Maria também questionou o fato de a assembleia patronal ainda não ter acontecido, pois já foi realizada a terceira rodada de negociação e não foi apresentada a contraproposta patronal.

Ganho real
O diretor do SAEP Mário Lacerda ressaltou que reajuste salarial é para recompor as perdas salariais dos últimos doze meses, e para isto, de acordo com o diretor, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é insuficiente.

"Não vamos nos agarrar a isto [somente à concessão do INPC], porque não contempla a realidade. Além disso, o ganho real deixou de ser exceção em nível nacional, pois várias empresas estão negociando o ganho real. Não tem como negar, há uma tendência nacional para a valorização do trabalhador", disse Lacerda.

Auxílio alimentação
Também na negociação, o diretor do SAEP Edvaldo Nascimento criticou os baixos salários dos trabalhadores e disse que a grande rotatividade da categoria tem relação com a falta de valorização do auxiliar em educação.

"Há uma grande insatisfação entre os trabalhadores e em muitas instituições houve um aumento do número de atestado médico. Um dos motivos desse aumento é por causa da má alimentação, eu mesmo conheço vários casos de infecção alimentar dentro das instituições. Isto demonstra que a instituição também perde por não conceder o auxílio alimentação, que poderia mudar essa realidade", defendeu Nascimento.

Para o diretor do SAEP Ozair Nunes, não se justifica a categoria não ter direito auxílio alimentação, pois é um direito fundamental.

"As instituições de ensino devem valorizar o trabalhador. Eu não conheço nenhuma instituição que quebrou por conceder o auxílio alimentação", criticou Nunes.

O diretor Mário Lacerda ressaltou, ainda, que a média do auxílio alimentação no DF é de R$ 18 e que, atualmente, o trabalhador gasta mais de 9% do salário apenas para se alimentar, fora a cesta básica mensal.

"O trabalhar que vai para o seu local de trabalho não tem esse dinheiro para se alimentar. Essa é a realidade da categoria. O auxílio alimentação faz uma grande diferença na vida do trabalhador", disse Lacerda.

O presidente da comissão patronal, Roberto Esteves, concordou com a importância do benefício para o trabalhador, mas, disse que, além de social, é uma cláusula econômica.

"[A cláusula] é econômica e mexe no bolso. No processo de negociação somos porta-voz. No que for possível avançar, vamos sentar aqui e negociar", respondeu Esteves.

Pesquisa
Ficou decidido que na próxima semana, no dia 5, vai ser realizada uma reunião de trabalho entre economistas do Dieese e representantes do Sindepes para estudar alternativas para concessão dos benefícios reivindicados pelo SAEP.









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