Os diretores do SAEP participaram, nesta quinta-feira (12), de mais uma rodada de negociação da pauta de reivindicações do ensino superior com a comissão dos empregadores. A reunião foi realizada na sede do Sindepes.

Apesar de as duas primeiras reuniões terem sido dedicadas à explicação detalhada e à justificação dos principais itens da pauta, na 3ª rodada de negociação, o Sindicato precisou relembrar a importância de cada cláusula da pauta e a necessidade de melhorar a convenção de uma categoria que labuta sob precárias condições de trabalho, emprego e salário, pois a comissão dos empregadores disse que ainda não tem informações suficientes e não entendeu o "porquê" das reivindicações.

"O SAEP apresentou a proposta da categoria há mais de um mês e vocês [empregadores] não deram resposta até agora. Já explicamos a importância de cada reivindicação. Querem saber mais o quê, se mudamos de idéia?", questionou o diretor do SAEP, Mário Lacerda.

Irritado com a resposta simples, clara e objetiva do Sindicato, o presidente da comissão dos empregadores, Roberto Esteves, sugeriu encerrar a reunião.

"Já que vocês não têm mais argumentação [lembre-se que duas reuniões foram dedicadas para explicar e defender as reivindicações] podemos encerrar e chamar a assembleia [patronal] e ver o que eles decidem e passar de uma forma bem objetiva, já que vocês estão colocando de uma forma ríspida", disse Esteves.

Mário Lacerda, diretor do SAEP, ressaltou que não se tratava de uma forma ríspida, mas, que aquela era a indignação de uma categoria com salários baixos, miseráveis e com tantas necessidades que precisam ser atendidas.

"Talvez não seja o "porquê" que vocês queriam ouvir. Eu represento uma categoria que é muito explorada, que tem suas indignações, que tem muito a conquistar e você acha que estou sendo ríspido?", indagou Lacerda.

Piso salarial
Ainda na reunião, após relembrar os 12 principais itens da pauta de reivindicação e da sua importância para a categoria, Mário Lacerda destacou que a própria cláusula se explica.

"O piso salarial, por exemplo, está defasado, é muito ruim, essa cláusula é para tentar diminuir as precaridades [salariais]. Mesmo o valor reivindicado de R$ 840  ainda está muito aquém do desejado, vocês que são empregadores sabem disso. A necessidade desse piso está tão clara, tão óbvio e ainda assim precisa ser explicado?", retrucou o diretor do SAEP.

Lacerda ressaltou que a convenção está muito realista e fácil de ser fechada, pois quando se tem uma categoria com salários muito baixos, o empregador dá o aumento salarial e nem sente no bolso, porque os valores são muito baixos.

"A folha de pagamento dos auxiliares do DF é uma das mais ralas. O sistema capitalista é perverso. Estamos buscando uma convenção mais justa, que proporcione a distribuição de renda, a justiça social", argumentou Lacerda.

O presidente da comissão do Sindepes explicou que a insistência por mais informações e argumentos do SAEP é para que a comissão possa levar e defender as reivindicações dos auxiliares na assembleia patronal.

"Somo portadores, não temos autoridade nenhuma para decidir. Essas informações são para que possamos levar para a assembleia e defender aquilo que foi colocado aqui. No capitalismo não tem mágica. [A convenção] Acho que já foi pior, mas, tem que melhorar muito", esclareceu Esteves.

Ao finalizar a reunião, o diretor do SAEP Mário Lacerda perguntou se ainda havia alguma dúvida em relação ao "porquê", à necessidade de cada cláusula e disse que a pauta de reivindicações está muito tranqüila, realista e lúcida.

"Esta é uma convenção que em outros estados o empregador já atende e nunca questionou. Esses 12 itens não tem nada de assombrador", ressaltou Lacerda.

A comissão patronal disse que será realizada a assembleia dos empregadores, o que ainda não aconteceu, e só depois será marcada uma nova rodada de negociação com o SAEP.

Assim que for agendada a próxima reunião, o SAEP divulgará em sua página eletrônica. Acesse o site diariamente para se informar: www.saepdf.org.br.