Brasília, quinta-feira, 15 de março de 2012 - 16:10
REUNIÃO COM CENTRAIS
Dilma garante que não fará qualquer tipo de reforma trabalhista
Fonte: Portal CTB
Entre os temas apresentados, sindicalistas expuseram a necessidade de o governo trabalhar pela regulamentação da Convenção 151 da OIT (sobre o funcionalismo público) e a favor da Convenção 158 (sobre a rotatividade), além do fim do fator previdenciário. Teve destaque no debate o problema da desindustrialização O governo foi cobrado também a respeito do fim do fator previdenciário
Dirigentes das seis centrais sindicais - CTB, CGTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT, reconhecidas pelo governo federal estiveram nesta quarta-feira (14) em Brasília, para uma série de reuniões com representantes do Executivo.
No desfecho da jornada, os sindicalistas foram recebidos pela presidente Dilma Rousseff, que durante mais de duas horas ouviu a pauta de reivindicações da classe trabalhadora (com destaque para o problema da desindustrialização) e garantiu: durante seu governo não haverá qualquer tipo de reforma trabalhista.
Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, a reunião foi positiva, pois permitiu que o movimento sindical apresentasse diretamente à presidenta sua visão sobre os problemas que o Brasil enfrenta atualmente.
"Tivemos uma atitude firme diante da presidenta, especialmente ao expormos nossa preocupação sobre a desindustrialização", afirmou o dirigente.
A presidenta, segundo os participantes da reunião, disse estar bastante preocupada com o atual cenário econômico do país. Em 2011, a indústria nacional cresceu apenas 0,3% em relação a 2010.
Nesta quarta-feira, novos dados mostraram que houve recuo na atividade industrial em oito das 14 regiões analisadas pelo IBGE.
Segundo Wagner Gomes, as centrais também foram enfáticas em relação à necessidade de o governo implementar mudanças na condução da política macroeconômica do país.
Como resultado, os sindicalistas poderão conversar diretamente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na próxima semana, para tentar discutir de que maneira os trabalhadores podem contribuir para essa discussão.
"O governo ouve o empresariado toda semana, mas ouve muito pouco os trabalhadores. Esperamos que a partir de agora essa relação seja alterada", disse o presidente da CTB.
Novo canal de acesso
Pela manhã, antes da conversa com a presidenta, as centrais se reuniram com o ministro-chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho. Segundo Joílson Cardoso, secretário de Relações Institucionais da CTB, os dois encontros foram bastante proveitosos, pois a partir de agora os trabalhadores terão um novo canal de acesso junto ao Poder Executivo.
"Ouvimos nas duas reuniões que o governo se empenhará contra quaisquer ataques aos direitos dos trabalhadores. Além disso, o ministro Gilberto Carvalho irá coordenar diretamente o diálogo que iremos ter com os demais ministros e a própria Dilma", destacou.
Para Adilson Araújo, presidente da CTB-BA, a retomada do diálogo entre as centrais e o governo merece destaque.
"Isso é importante para que os trabalhadores também possam contribuir para esse processo de mudanças no país, exercendo um papel de protagonista. O governo precisa saber que o sindicalismo reúne uma base sólida para propor o projeto de desenvolvimento que o Brasil precisa. Temos muito a contribuir", afirmou o dirigente.
Sem retrocessos
Ao longo da reunião com Dilma e Gilberto Carvalho, os sindicalistas expuseram a necessidade de o governo trabalhar pela regulamentação da Convenção 151 da OIT (sobre o funcionalismo público) e a favor da Convenção 158 (sobre a rotatividade).
O governo foi cobrado também a respeito do fim do fator previdenciário, de uma política favorável de reajuste para os aposentados que recebem acima do salário mínimo e do reconhecimento legal do trabalho das empregadas domésticas.
No entanto, para os dirigentes da CTB, o mais importante foi ouvir de Dilma Rousseff a garantia de que o governo não permitirá qualquer tipo de reforma trabalhista.
"Ao afirmar isso, ela se compromete a colocar todo o peso do Executivo contra pautas como aquela que é favorável à terceirização e também a chamada PEC 369, que não versa apenas sobre a legislação sindical, mas sobretudo sobre direitos do trabalhador", destacou Joílson Cardoso.
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