Câmara agitada e votando; Senado em crise e paralisado

Brasília-DF, sexta-feira, 18 de julho de 2025


Brasília, sexta-feira, 7 de agosto de 2009 - 2:7

RESUMO DA SEMANA

Câmara agitada e votando; Senado em crise e paralisado


Por: Marcos Verlaine*

A crise do Senado tem uma explicação, ou melhor, várias explicações. A principal delas é o fato de a Casa ser um enclave majoritariamente oposicionista. Assim, o Governo tem enormes dificuldades de operar seus interesses naquela Casa parlamentar

Esta foi uma semana intensa. Era assim que se esperava o fim do recesso parlamentar do Congresso e seu conseqüente retorno aos trabalhos. A Câmara retomou as atividades esta semana com o plenário ativo e votando.

No Senado, o quadro é desolador. Está engendrado por acirrada disputa entre Governo e oposição, mas não é a grande política que está em questão.

A crise paralisou a Casa e impede que o plenário delibere e ainda por cima está dividida entre os que querem a saída de Sarney e os que defendem sua permanência na Presidência.

Mas a crise do Senado tem uma explicação, ou melhor, várias explicações. A principal delas é o fato de a Casa ser um enclave majoritariamente oposicionista. Assim, o Governo tem enormes dificuldades de operar seus interesses naquela Casa parlamentar.

Contribui para isso, o fato de o PT, na crise, estar dividido. Da bancada de 12, cinco defendem a renúncia ou licença de Sarney, seis defendem sua permanência na Presidência, e um oscila entre estas duas posições.

A crise tem como pano de fundo as eleições de 2010 e a renovação do mandato de dois terços das cadeiras da Casa ou 54 senadores. Desses, estão garantidos que voltem apenas 14. Isto produz um acirramento nos debates e provoca ou engrossa a crise, que é amplificada sobremodo pela mídia.

Outro aspecto que contribui para o acirramento das disputas é a ausência de um projeto da oposição, que se divide entre as denúncias de desvios éticos e morais de senadores ou do Governo e a inação. Como diz um analista político que assina uma coluna do Correio Braziliense - a oposição opera entre as "denúncias e o nada".

É preciso que se diga, que em torno do "debate" no Senado não há nada que diga respeito aos grandes e importantes problemas na Nação e do povo brasileiro. A crise tem um vezo moralista, aliás, como as demais tiveram. Foi assim no chamado "mensalão", na CPI dos Correios, dos Bingos, e na crise levou Renan a renunciar à Presidência da Casa.

Ao fim e ao cabo, está por trás desta nova crise o interesse da oposição em atingir o Governo e comprometer o projeto do Planalto de eleger a sucessora do presidente Lula. Desse modo, vale tudo, pois o importante é não permitir que o Governo respire e governe bem.

Na Câmara, a história é diferente. Com ampla maioria aliada, com todos os problemas que isto acarreta, pois a base do Governo é heterogênea e contraditória, a Casa discute e delibera, o que se pode questionar é a qualidade do que se vota.

De qualquer sorte, o Planalto tem feito valer sua maioria e a competente condução do presidente Michel Temer (PMDB/SP) tem possibilitado à Casa avançar em sua agenda.

Monopólio dos Correios
O Supremo Tribunal Federal
manteve, na última quarta-feira (5), o monopólio dos Correios para os serviços postais. Por seis votos a quatro, ficou definido que a Lei 6.538/78, que regula o sistema, foi recepcionada pela Constituição de 1988.

Redução da jornada
Centrais sindicais se
mobilizam em defesa da redução da jornada de trabalho. Ativistas das entidades fazem corpo a corpo nas duas Casas do Congresso pela aprovação da PEC 231/95, que já foi aprovada no dia 30 de junho na comissão especial.

Crise no Senado
Sarney se
defende das acusações de improbidade administrativa, nepotismo e quebra do decoro parlamentar. Conselho de Ética arquiva quatro das 11 representações. As demais devem ter o mesmo destino.

CPI da Petrobras
Relator do colegiado
apresenta plano de trabalho, que é aprovado sob protestas da oposição.

Comércio e crise
Depois de um período muito positivo nos três primeiros trimestres de 2008, a dinâmica do comércio se alterou no último trimestre de 2008, com
diminuição do ritmo de crescimento das vendas e das receitas em consequência da crise econômica internacional. Entre dezembro de 2008 e março de 2009, foram fechados 85.845 postos de trabalho.

Cesta básica
Em 15 das 16 capitais para as quais existiam dados há um ano, o custo da cesta básica pesquisada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) ficou mais
barata em julho de 2009, quando comparada com igual mês, em 2008. Apenas em Salvador foi apurada uma pequena variação positiva de 0,03%. Dentre as localidades em que o custo caiu, os destaques foram Curitiba (-15,39%), Belo Horizonte (-13,14%), Aracaju (-11,77%) e Rio de Janeiro (-11,77%).

Codefat
Documento assinado e encaminho à Presidência da República por quatro confederações patronais formalizou
pedido de saída do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Divergências nas eleições para Presidência do Conselho promoveram a ruptura. As entidades acusam o ministro do Trabalho Carlos Lupi de pressionar os conselheiros a votar em Luigi Nese, da Confederação Nacional de Serviços (CNS).

Queda na produção industrial
No primeiro semestre, a produção industrial regional
caiu em todas as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em comparação com o mesmo período do ano passado. As quedas mais expressivas foram em Espírito Santo (-29,3%), Minas Gerais (-21,3%), Amazonas (-16,8%), São Paulo (-14,4%) e Rio Grande do Sul (-13,5%). Tais recuos foram maiores que a queda recorde da média nacional, de 13,4%.

10º Congresso da CUT
Com programação ampla e diversificada, a CUT realiza 10º Congresso em São Paulo, que começou na segunda-feira (3) e se encerra hoje (7). Sob a bandeira do "Desenvolvimento com Trabalho, Renda e Direitos", a central reúne 2.500 dirigentes para discutir seus rumos para os próximos três anos.

(*) Jornalista, analista político e assessor parlamenta do Diap









Últimas notícias

Notícias relacionadas



REDES SOCIAIS
Facebook Instagram

Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal

SCS Quadra 1, Bloco K, Edifício Denasa, Sala 1304,
Brasília-DF, CEP 71398-900 Telefone (61) 3034-8685
recp.saepdf@gmail.com