SAEP denuncia e Unip tenta tolher ação do Sindicato

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Brasília, terça-feira, 1 de março de 2011 - 10:9

AÇÃO SINDICAL

SAEP denuncia e Unip tenta tolher ação do Sindicato


Por: Daiana Lima

Em reunião com os diretores do Sindicato, representantes da Universidade Paulista usam mesma técnica que tem usado com os trabalhadores da instituição, coagir, pressionar e ameaçar

reprodução

Reunião do SAEP com as instituições particulares de ensino do Distrito Federal é para negociar e não para ser enquadrado.

Essa aproximação dos diretores do Sindicato é para tratar de assuntos de interesse dos trabalhadores, para propor e alcançar melhorias nas relações de trabalho e emprego. Este é o trabalho que a entidade desenvolve.

Foi neste sentido que os representantes do SAEP se reuniram com a direção da Universidade Paulista (Unip), na última sexta-feira (25).

Este foi o sentido que os representantes da Unip não entenderam e, pior de tudo, acharam que podem dizer o que o SAEP deve ou não fazer, o que, aliás, não há nenhuma possibilidade de acontecer.

O diretor geral da instituição, Geraldo Magela Alves, não aceitou o fato de o Sindicato publicar denúncias da Unip feitas por vários trabalhadores da universidade, divulgada na última quarta-feira (23), e tentou tolher os representantes do SAEP.

"Não podemos impedir que vocês publiquem a notícia da instituição no site, mas, não queremos a imprensa em nossa reunião", disse Magela, destacando o fato de o Sindicato ter divulgado as denúncias dos trabalhadores no site.

O diretor geral da Unip ficou incomodado com o fato de a jornalista do SAEP, a mesma que escreveu a matéria das denúncias da instituição, estar presente na reunião. O que não é novidade, pois o Sindicato sempre registra as reuniões que participa para que os auxiliares possam acompanhar os trabalhados dos diretores do Sindicato. As reuniões que a direção sindical participa são públicas e desse modo publicizamos para a categoria.

"Não é nada pessoal, não é por causa da matéria que você escreveu [a jornalista do SAEP], só não quero a imprensa aqui e não vou começar a reunião enquanto ela estiver na sala", destacou Magela proibindo, inclusive, de ser tirada qualquer foto da reunião.

Indignada, a presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, avisou que não era a primeira vez que a jornalista do Sindicato acompanhava uma reunião da diretoria. "E não são vocês quem têm que dizer o que o Sindicato faz ou deixa de fazer", enfatizou a presidente.

Mário Lacerda, diretor do SAEP, que também estava na reunião, ressaltou que, pela atitude do diretor geral da Unip, a reunião ficou esvaziada. "Vamos enviar outro ofício pedindo reunião com os representantes da Unip, só que dessa vez será realizada no Sindicato. Aí vocês levam quem vocês acham que deve levar", disse Lacerda.

Após a atitude equivocada do diretor geral da Unip, Geraldo Magela, os diretores do SAEP se negaram a discutir naquelas condições as denúncias dos trabalhadores e propuseram apenas negociar uma data para o SAEP se reunir com os auxiliares da instituição.

Só aí, então, para evitar maior desgaste e para não se estender a infundada argumentação da direção da Unip, os diretores do SAEP permitiram que a representante da comunicação do Sindicato aguardasse do lado de fora da sala de reunião.

Unip diz que trabalhadores estão mentindo
Após a jornalista do SAEP se retirar da sala de reunião, o diretor da Unip, Geraldo Magela, disse que o Sindicato deveria tirar a matéria das denúncias do site do SAEP. O que o Sindicato não vai fazer.

"O Sindicato não veio aqui verificar", alegou Magela.

Os representantes do SAEP, além de receberem várias denúncias por email, constantemente visitam a Unip para conversar com os trabalhadores, assim como aconteceu no dia 18, sexta-feira, antes de divulgar as denuncias.

Mário Lacerda, diretor do SAEP, esclareceu, mais uma vez, que não é o empregador quem determina o que o Sindicato deve fazer.

Para Geraldo Magela, diretor da Unip, os funcionários estão satisfeitos com a instituição e estão mentindo sobre as condições de trabalho denunciadas.

Primeiro, o Sindicato não tem o costume de duvidar do trabalhador, além disso, o SAEP sempre procura os auxiliares para ouvir o que eles têm a dizer.

E foi isso que aconteceu no próprio dia da reunião, quando um auxiliar avaliou sobre os trabalhadores estarem "mentindo" em relação às denúncias.

"Estamos satisfeitos?!", se surpreendeu o trabalhador e completou: "O Sindicato tem que se reunir é com a gente, com os auxiliares, para ver se realmente estamos satisfeitos. Tem diretor aqui que age como se fosse dono, ou pior".

Relação de ida e volta
Para o diretor geral da Universidade Paulista, Geraldo Magela, a relação entre o Sindicato e a universidade tem que ser de "ida e volta".

"Ida e volta?", perguntou Mário Lacerda, diretor do SAEP.

"Que relação de ida e volta é essa? Se o Sindicato envia ofício pedindo reunião com os auxiliares e a instituição não responde. Se o Sindicato, numa política de valorização do trabalhador envia uma minuta pedindo o auxílio alimentação e a instituição responde negativamente. Que relação de ida e volta é essa", questionou Lacerda.

Frases pronunciadas pelo diretor local
O SAEP mantém todas as informações dos auxiliares que fazem denúncia em sigilo. Nenhum trabalhador foi ou será exposto, de nenhuma forma.

No entanto, para que a instituição não use o falso argumento de que os empregados estão mentindo, selecionamos algumas falas do diretor local, Pedro Paulo, ditas pelos corredores da Unip:

"Eu não demito funcionário porque demissão é prêmio, o funcionário é demitido por justa causa".

"Quando um diretor for entrar no elevador, os funcionários que estiverem lá dentro têm que sair".

"O fracasso da Unip é e está nos funcionários".

"Sei que uma má administração trará resultados negativos para a empresa".

"Vocês não terão aumento de salário".

Além disso, o diretor local costuma usar adjetivos para diminuir os trabalhadores, como "vírus imprestável", "inseto" e dizer que todos estão "contaminados".

Como se pode constatar, os trabalhadores estão submetidos à precárias condições de trabalho e emprego, tendo seus direitos desrespeitados e sendo assediados constantemente.

Como podemos descrever este tipo de relação trabalhista que vem acontecendo na Unip? Que adjetivo usar ou a que século seria possível comparar?

Tudo isso não importa, pois nada justifica o desrespeito existente e nenhum empregador pode negar os direitos trabalhistas, resultado de lutas históricas dos trabalhadores.

O SAEP espera que na próxima reunião, agendada para o dia 11 de março, a ser realizada no Sindicato, os representantes da direção da Unip estejam dispostos a negociar de verdade os assuntos de interesse dos trabalhadores.

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