Seminário de comunicação discute estratégias de lutas

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Brasília, quarta-feira, 3 de junho de 2009 - 18:57      |      Atualizado em: 5 de junho de 2009

IMPRENSA SINDICAL

Seminário de comunicação discute estratégias de lutas


Fonte: Com Contee

A importância da democratização da mídia no enfrentamento da luta contra-hegemônica no Brasil foi um dos principais destaques dos debates do encontro

SAEP

Representando o SAEP, a diretora de comunicação, Dayana Maria Alves de Lima, participou do Seminário de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), realizado em São Paulo, nos dias 28 e 29 de maio.

A importância da democratização da mídia no enfrentamento da luta contra-hegemônica no Brasil foi um dos principais destaques dos debates do encontro.

Também mereceram atenção especial dos participantes, originários de várias regiões do País, as múltiplas oportunidades proporcionadas pelos impactos do avanço das novas tecnologias e dos meios digitais.

"Esse foi um importante encontro para discutirmos a comunicação que desenvolvemos no Sindicato. Além de objetivarmos estratégias eficientes para divulgar os trabalhos e mobilizar a categoria", pontua Dayana Alves.

Abertura
No primeiro dia de atividades, uma programação extensa e articulada, trouxe ao Seminário avaliação e diagnóstico da mídia contemporânea, questionando seus contornos e perspectivas.

O tema da primeira mesa foi "O papel da mídia na atualidade", que contou com a participação do editor da Revista Fórum, Renato Rovai; do colunista da Revista Caros Amigos, Plínio Teodoro; e do jornalista, colunista da Agência Carta Maior e professor da Universidade de Brasília, Venício de Lima.

A mídia no Brasil
Os palestrantes foram unânimes em afirmar que a mídia hoje no Brasil precisa de regulamentação, em especial no que tange à concentração dos veículos de comunicação, nas mãos de menos de uma dezena de famílias que detém concessões de TV, rádio e comandam os principais órgãos de imprensa do País.

Liberdade na internet
Outro tem instigante e desafiador exposto foi "A internet como instrumento de mídia livre", que contou com a contribuição do pesquisador e professor da pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero, Sergio Amadeu da Silveira, e do jornalista e autor do Blog "Vi o Mundo", Luiz Carlos Azenha.

Várias informações, dados e reflexões inovadores foram apresentados pelos convidados, deixando a certeza de que as novas tecnologias precisam ser incorporadas e melhor utilizadas no movimento sindical.

Tudo isto, a fim de fortalecer a luta dos trabalhadores, integrar a base à sua representação e fazê-la interagir de maneira mais autônoma, participativa e direta.

Golpe midiático
Também foi exibido aos participantes do Seminário o documentário "A revolução não será televisionada", de Kim Bartley e Donnacha O´Briain, que narra em detalhes o processo de golpe-midiático contra o Governo Hugo Chávez, na Venezuela, em 2002.

Os autores do filme são dois irlandeses que, coincidentemente, estavam gravando um documentário no interior do Palácio do Governo venezuelano exatamente no momento em que aconteceu o golpe.

Assim, acompanharam todos os episódios – desde as informações falsas veiculadas na imprensa local, o sequestro do presidente Hugo Chávez, a invasão dos oposicionistas ao Palácio, até a retomada do Poder.

A sociedade brasileira na luta contra-hegemônica
Um painel especial tratou dos desafios para a construção, mobilização e participação da sociedade civil organizada na Conferência Nacional de Comunicação, convocada pelo Governo Federal para os dias 1º, 2 e 3 de dezembro de 2009.

Os convidados para essa discussão foram: o gerente executivo de jornalismo da TV Brasil – Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Forestan Fernandes Jr.; o diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), José Carlos Torves; e o coordenador do Coletivo Intervozes, João Brant.

Os palestrantes falam sobre o papel da TV pública no processo de democratização dos meio de comunicação, ressaltando que a mídia brasileira não fica muito distante do que acontece na Venezuela, e em outros países da América latina.

E isto se dá em função do controle das telecomunicações e da radiodifusão que se deu de maneira a garantir o poder de grupos que têm interesses muito fortes.

Para eles, "se não fosse a internet, a gente não teria avançado tanto politicamente".

Comunicação Sindical: desafios e conquistas
Outro importante debate ficou reservado para as discussões específicas relacionadas ao movimento sindical e seu papel na luta pela democratização da mídia, bem como a importância da comunicação na ação sindical.

Para tratar do assunto participaram da atividade o jornalista e Secretário de Comunicação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Altamiro Borges; o coordenador do departamento de comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, Clomar Porto; e o coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação, Vito Gianotti.

E a Secretária de Comunicação Social da Contee, Maria Clotilde Lemos Petta.

Os especialistas traçaram um perfil da realidade da imprensa sindical, enfatizando a necessidade de investimento do setor, valorização da comunicação nas entidades.

Além de apresentar a compreensão de que é preciso renovar linguagens, iniciativas e profissionalizar o trabalho, que deve estar sempre integrado e fortemente vinculado ao projeto político e aos objetivos das entidades.

Altamiro Borges destacou a importância da participação e mobilização dos movimentos sociais e sindicais no processo de disputa da Conferência Nacional de Comunicação.

Para ele, entre os grandes desafios da imprensa sindical está saber enfrentar o debate da crise financeira mundial, não permitindo que os trabalhadores paguem por ela. Outra batalha, segundo Miro, é a discussão do papel da própria mídia.

"Pela primeira vez na história o Brasil vai fazer um Conferência Nacional de Comunicação. É claro que há problemas. Seria um pecado nos iludirmos, mas um crime nos omitirmos."

E acrescentou: "temos que colocar mais gente para debater a comunicação, que deve ser entendida como um direito humano. Não vai haver uma democracia participativa se não democratizar os meios de comunicação", afirmou.

O jornalista Clomar Porto apresentou uma análise muito interessante do processo de planejamento de comunicação de uma entidade sindical, trazendo detalhes da experiência muito bem sucedida do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul.

Para Clomar, é preciso que o movimento sindical seja mais contemporâneo na sua concepção, ao combinar os interesses imediatos dos trabalhadores com as lutas históricas da categoria.

"Uma maneira de aferir o nível de ação sindical e a combatividade de uma entidade é visitar o setor de comunicação. É preciso disputar a subjetividade da classe", disse Clomar.

Já Vito Gianotti foi contundente ao afirmar a necessidade de mobilização e valorização da comunicação na luta maior pelas transformações da sociedade que tanto desejam os movimentos populares.

Ele ainda elogiou muito a iniciativa da Contee e disse que é preciso multiplicar ações como a deste Seminário, promovendo outras edições muitas e muitas vezes.

Para Vito, "é preciso perder qualquer ilusão em relação à mídia burguesa e, para isso, é óbvio que é preciso investir na comunicação das entidades".

Nossas experiências compartilhadas
Após o debate, algumas entidades convidadas apresentaram um relado muito sobre as diferentes iniciativas e ações de comunicação desenvolvidas nos sindicatos.

As apresentações mostraram o acúmulo do trabalho e as boas experiências foram compartilhadas.

Para a Secretária de Comunicação Social da Contee, Maria Clotilde Lemos Petta, responsável pela coordenação da atividade: o Seminário foi um sucesso.









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