Imprensa estadunidense repercute criticamente decisão de Trump de sobretaxar produtos brasileiros

Brasília-DF, quinta-feira, 17 de julho de 2025


Brasília, quinta-feira, 17 de julho de 2025 - 12:9

Imprensa estadunidense repercute criticamente decisão de Trump de sobretaxar produtos brasileiros

É consenso que a tarifa é motivada mais por alinhamentos políticos de Trump com Bolsonaro do que por razões econômicas

Reprodução: editoria de Arte/ O Globo

A imprensa estadunidense tem repercutido de forma crítica e detalhada a decisão de o presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada em 9 de julho de 2025, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto.

A cobertura destaca o caráter político da medida, a ausência de justificativa econômica sólida e os possíveis impactos econômicos tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos.

Abaixo segue análise resumida com base nas informações disponíveis:

The New York Times
Jornal, um dos mais importantes do país, classificou a tarifa como “porrete de tamanho único” usado por Trump para intervir em questões políticas internas do Brasil, especialmente no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A publicação diária do Times destaca que a medida é exemplo “extraordinário” de como Trump utiliza tarifas como instrumento de coerção, ignorando fundamentos econômicos.

Também foi apontado que os EUA têm superávit comercial com o Brasil, contradizendo a alegação de Trump de déficits comerciais insustentáveis.

The Washington Post
Jornal descreveu a tarifa como “forte escalada” na disputa diplomática entre EUA e Brasil, vinculando-a diretamente ao apoio de Trump a Bolsonaro e à crítica infundada ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A cobertura feita pelo Post enfatiza que a medida reflete motivações pessoais e políticas de Trump, mais do que questões comerciais, e alertou para o potencial destrutivo das tarifas para a economia global.

The Wall Street Journal
O WSJ destacou que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros rompe com décadas de precedentes econômicos globais, sendo motivada por questões alheias ao comércio, como o julgamento de Bolsonaro.

A publicação também notou a empolgação de apoiadores de Bolsonaro com a medida, mas reforçou que a justificativa de déficit comercial é falsa, já que os EUA exportam mais para o Brasil do que importam.

Reuters
A agência de notícias britânica — maior agência internacional de notícias do mundo, com sede em Londres — focou nos impactos econômicos e apontou que as tarifas podem aumentar os preços de produtos como café e suco de laranja nos EUA, dado que o Brasil é fornecedor significativo desses bens primários.

Por exemplo, cerca de 1/3 do café consumido nos EUA sai do Brasil, e a tarifa pode pressionar os preços ao consumidor estadunidense.

CNBC
A emissora — que é canal de televisão por assinatura dos Estados Unidos — descreveu a carta de Trump a Lula como “destemperada” e destacou que a tarifa é punição explícita por questões políticas internas do Brasil, como o julgamento de Bolsonaro e as decisões do STF sobre moderação de conteúdo em redes sociais.

A CNBC também reforçou que os dados comerciais desmentem a narrativa de déficit dos EUA com o Brasil.

Análise geral
A imprensa estadunidense tem consenso de que a tarifa é motivada mais por alinhamentos políticos de Trump com Bolsonaro do que por razões econômicas.

Jornais e agências criticam a falta de embasamento nos argumentos de déficit comercial, já que os EUA têm superávit com o Brasil há anos — US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos, segundo dados oficiais.

Impacto nos preços de produtos
Há preocupação com o impacto nos preços de produtos como café, suco de laranja e carne nos EUA, além de alertas sobre o risco de guerra comercial, especialmente se o Brasil retaliar com base na Lei de Reciprocidade Econômica.

A cobertura também sugere que a medida pode prejudicar setores industriais estadunidenses que dependem de insumos brasileiros, como a construção civil e manufatura.

Ação de pressão geopolítica
A imprensa estadunidense vê ainda o tarifaço como ação de pressão geopolítica, mas nota que essa não gerou grande debate público nos EUA, dado que o Brasil é apenas o 15º maior parceiro comercial do país.

Isso reduz a pressão sobre a Casa Branca para rever a equivocada e esdrúxula decisão, embora empresários americanos, como importadores de café, estejam buscando negociar cotas ou exceções.

Como se vê, a decisão de Trump não encontra respaldo nem nos Estados Unidos. Enquanto que, no Brasil, os Poderes se uniram para enfrentar essa afronta dos Estados, que é inicialmente econômica, mas é também política e ideológica.

E que tem o apoio manifesto publicamente do ex-presidente Jair Bolsonaro, dos filhos, todos com mandatos públicos, de governadores, cujos estados serão uns dos mais afetados. É o caso de São Paulo, governado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).









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