Brasília, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009 - 16:30
ATO CONTRA A CORRUPÇÃO
Momentos de terror
Fonte: Jornal Alô Brasília
Estudantes contam o medo e o espanto que passaram no protesto pelo afastameto do governador do DF

Depois das imagens de maços de dinheiro vivo correndo pelas mãos de altas autoridades do GDF, a população de Brasília voltou a se espantar. Desta vez, com as imagens da violência policial cometida contra manifestantes em frente ao Palácio do Buriti.
Policiais armados e equipados com capacetes, escudos e cavalos avançam contra o grupo de 2 mil pessoas que protestavam pela ética na política. O comandante da operação, coronel Silva Filho, troca socos com um funcionário público. Jovens são pisoteados.
Abaixo, algumas histórias de quem esteve lá e experimentou, mais do que o espanto, o medo:
Luiza Oliveira, 19 anos, é aluna de sociologia da UnB:
Ela testemunhou o pai, radialista de 51 anos, receber seguidas pancadas de cassetetes. O homem de boné vermelho, deitado no chão e cercado por cavalos, foi visto pela TV em todo o país.
"Meu pai não está bem. Ele apanhou muito nas costas e na cabeça. O cavalo pisoteou o pé dele. Está muito machucado e com muita dor. Ele não caiu no chão, mas deitou-se na hora em que viu a cavalaria chegando. Ele tentou nos proteger, foi para a frente do movimento e se deitou no chão porque achou que assim a polícia não nos atacaria. Não adiantou nada. A polícia passou por cima dele sem dó. Fiquei desesperada. Ele está no hospital, mas vai melhorar."
Jaciane Milanezi, 28 anos, é aluna de mestrado em Ciências Sociais na UnB:
Não participa do movimento estudantil, mas foi à manifestação acompanhada de uma amiga. Estavam armadas apenas de apitos e cartazes. Ela se surpreendeu com os atos da PM.
"Pouco tempo depois que paramos o trânsito, fiquei com a impressão de que a nossa manifestação política estava sendo confundida com banditismo, pois logo fomos cercados pela cavalaria da PM. Pra quê isso? Contra uma manifestação política? Será que nosso governador corrupto deu ordem para dispersar o protesto? Um manifestante foi pego, agredido e levado para o gramado. Alguns cinegrafistas da imprensa estavam bem próximos filmando toda esta cena. Os policiais do Bope começaram a bater neles e a lançar bombas para que eles não conseguissem mais filmar. Eu estava atônita: o Estado, com o seu uso legítimo da força, impedindo a impressa de narrar os fatos ao resto da sociedade! Que democracia é essa?"
Perci Marrara, 28, é jornalista e militante política:
Ela participou da ocupação da Câmara e, no Palácio do Buriti, foi cercada por cavalos da PM enquanto fotografava a truculência dos policiais.
"A polícia estava acompanhando toda a manifestação. O ato tomou uma proporção que não esperávamos. Quando fomos para a rua, partiram para cima da gente. Tropa de choque, armas, cavalaria. E a gente sem nada. Isso é um instrumento de repressão. Infelizmente, houve enfrentamento com a polícia porque não queriam que a gente ficasse na rua. Eu estava tirando algumas fotos e a cavalaria veio para cima de mim. Levantei os braços para mostrar que não havia resistência. Ainda assim me acertaram uma cacetada no braço. O que aconteceu só me estimula a resistir ainda mais. O governo precisa saber que não vai ser fácil calar a população. Precisamos retomar o poder."
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