Arruda é preso e afastado do governo do DF

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Brasília, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010 - 13:0

CAIXA DE PANDORA

Arruda é preso e afastado do governo do DF


Fonte: Brasília Confidencial

Ministro diz que “organização criminosa” ameaça ordem pública, afeta investigações e o livre exercídio do Poder Judiciário

Comandante de uma tentativa de suborno a testemunha e de boicotes a investigações da Câmara Legislativa do Distrito Federal, da Polícia Federal e do Ministério Público, o governador José Roberto Arruda (ex-DEM) foi afastado do cargo e preso nesta quinta-feira (11), por decisão do Superior Tribunal de Justiça.

O afastamento e a prisão de Arruda e de cinco comparsas dele na tentativa de suborno ao jornalista Edson Sombra, flagrada pela Polícia Federal na semana passada, foram pedidos ao STJ pela subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, que denunciou todos por formação de quadrilha e corrupção de testemunha.

O relator do processo no STJ, ministro Fernando Gonçalves, aceitou a denúncia e submeteu sua decisão à Corte Especial do Tribunal, que a referendou por 12 votos a 2.

"Se não é possível fazer conclusões nesse atual estágio [...] por outro lado é inconteste que a presença do governador está ligada aos recentes eventos e tem gerado instabilidade na ordem publica da cidade. A única forma de se fazer cessar é decreto de prisão preventiva", argumentou o ministro.

O STJ mandou prender, além de Arruda, o ex-deputado Geraldo Naves (DEM); Weligton Moraes, ex-secretário de Comunicação; Rodrigo Arantes, sobrinho e secretário particular do governador; Haroldo Brasil de Carvalho, diretor da Companhia Energética de Brasília (CEB) e Antônio Bento da Silva, conselheiro fiscal da estatal que administra e explora o metrô do Distrito Federal.

Naves foi o portador da proposta de suborno à testemunha do mensalão; Welligton foi intermediário da negociação; Rodrigo foi quem repassou o dinheiro destinado ao suborno para Antônio Bento da Silva, preso em flagrante depois de entregar o dinheiro a Edson Sombra.

Desde a semana passada Bento está recolhido à Papuda – a penitenciária do Distrito Federal.

Segundo o ministro Fernando Gonçalves, a "organização criminosa" vinha ameaçando a ordem pública, afetando o livre exercício do Poder Judiciário, atentando contra a administração da Justiça, valendo-se de dinheiro para impedir investigações e indicando a pretensão de não se submeter à Lei.

"O grupo criminoso está apagando os vestígios de sua atuação criminosa. Também atua no controle dos deputados da Câmara Legislativa. A organização criminosa instalada continua valendo do poder econômico e político para atrapalhar as investigações e garantir a impunidade", escreveu o ministro.

Os diretórios regionais do PT, PDT, PSB e PCdoB divulgaram uma nota oficial de apoio à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que decretou a prisão de Arruda, mas, são contra a implantação de uma intervenção de estado no DF. 

"Os partidos PT, PDT, PSB e PCdoB manifestam integral apoio à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ)... mas, defendem o estabelecimento de um ambiente de normalidade institucional que tenha como objetivo assegurar o funcionamento dos serviços públicos e a execução das ações governamentais essenciais à sociedade", diz um trecho da nota.

Licença e habeas corpus  
Decretados o afastamento e a prisão, Arruda escreveu uma carta aos “amigos do GDF” e mandou à Câmara Legislativa um pedido de licença por tempo indeterminado, na esperança de voltar ao cargo.

Depois entregou-se à Polícia Federal, enquanto três advogados entravam com pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal. Nele, também pediram que o ministro Marco Aurélio Mello fosse designado para relatar o caso.

Nisto, foram atendido, porque Marco Aurélio já relatou outros processos relacionados ao mensalão do DEM.

“Tudo foi feito de forma irregular, abusiva e irresponsável”, alegou o advogado Nélio Machado sobre a denúncia do Ministério Público e a decisão do Superior Tribunal de Justiça.

No início da noite, o sobrinho de Arruda, Rodrigo Arantes, também se entregou à Polícia Federal. Ele passou a noite na carceragem da PF: e Arruda numa sala especial.

Ainda à noite passada, cumprindo mandados de busca e apreensão expedidos pelo STJ, a Polícia Federal esteve em três endereços de Arruda: a residência oficial, a sede do governo e a residência particular.









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