Obras, orçadas em R$ 190 milhões, começam em abril e devem terminar em um ano.

O Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) começou a preparar o terreno para a construção de uma via expressa na Estrada Parque Taguatinga (EPTG).

A estrada vai contar com quatro faixas em cada um dos sentidos — Plano Piloto-Taguatinga e Taguatinga-Plano Piloto — uma delas reservada para ônibus. Ao lado da pista principal, serão construídas duas vias marginais — com duas faixas cada — para aumentar a capacidade viária.

As obras, financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), estão orçadas em R$ 190 milhões e preveem a construção de cinco viadutos e de uma ciclovia entre Taguatinga e o Plano Piloto.

O DER já começou a limpar a rodovia, para agilizar o trabalho da empresa que será responsável por tocar a obra a partir de abril. "Estamos fazendo o desmatamento e a desocupação da faixa de domínio", explica o diretor-geral do órgão, Luiz Carlos Tanezini.

Durante a limpeza, foram retirados quiosques, igrejas e até um colégio, no Guará. Todos invadiam a área da rodovia, a exemplo dos vendedores de cofres e bandeiras que utilizam o canteiro. Todos os comerciantes que se valem da área da rodovia, desde o cruzamento da EPTG com a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) até Taguatinga, terão que rever seus pontos.

A homologação da empresa responsável pela obra deve acontecer no próximo dia 24 (terça-feira) e os trabalhos começam pela construção das vias marginais. É por elas que os carros vão circular enquanto o DER estiver construindo os viadutos ao longo da via.

Ao final das obras, essas vias vão ligar as cidades que margeiam a estrada. Além do viaduto Israel Pinheiro, inaugurado no ano passado, estão previstas uma reforma no viaduto de acesso ao Guará e a construção de outros três — um na altura no Jóquei, um na primeira entrada de Águas Claras e outro no Setor de Indústria e Abstecimento (SIA).

"A EPTG já está com a capacidade de tráfico esgotada", avalia Tanezini. "Essa obra acaba com os engarrafamentos por, pelo menos, 20 anos", arrisca. A tentativa de desafogar o trânsito dos cerca de 140 mil veículos que circulam diariamente pela EPTG também deve diminuir o número de acidentes na estrada.

"Sem retornos ou cruzamentos, a pista fica muito mais segura", destaca Tanezini. Por enquanto, o DER improvisa para deixar o trânsito fluir. "Fizemos um pequeno retorno no SIA, para melhorar a circulação", conta o diretor-geral.

Corredor exclusivo
A reforma da EPTG prevê um corredor exclusivo para ônibus. A ideia faz parte do Programa Brasília Integrada, que visa melhorar o sistema de transporte público da cidade. "Esses corredores para ônibus são a alma do Brasília Integrada", diz o secretário de Transportes do DF, Alberto Fraga. "Com eles, os problemas de trânsito na via vão diminuir consideravelmente", afirma.

O trecho da EPTG entre o Setor Lucio Costa e o SIA é um dos mais problemáticos no trânsito de Brasília, com registros de congestionamentos constantes.

A faixa exclusiva para os coletivos será feita de concreto, por causa da durabilidade do material. O peso e a frequência dos ônibus na pista costumam exigir mais manutenção em vias feitas de asfalto.

Ao longo da EPTG, serão espalhadas 17 paradas de ônibus, todas com passarelas subterrâneas, para que os passageiros atravessem as pistas com segurança.

Outra novidade na estrada é a construção de uma ciclovia que vai ligar Taguatinga ao Plano Piloto. A pista para as bicicletas ficará entre a via marginal e a via expressa. Com tudo isso, o secretário de Transportes acredita que o trânsito melhora, mas a população terá de fazer a sua parte.

"A cidade precisa frear o aumento de sua frota de veículos. Com 300 carros novos por dia nas ruas, daqui a 10 anos nós vamos ter que fazer mais obras", prevê Fraga.