FE: auxiliares reivindicam salário atrasado e são demitidos

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Brasília, sexta-feira, 3 de junho de 2011 - 17:55      |      Atualizado em: 5 de junho de 2011

AÇÃO SINDICAL

FE: auxiliares reivindicam salário atrasado e são demitidos


Por: Daiana Lima

Essa é a forma precária com que a Faculdade Evangélica tem tratado seus empregados

DL/SAEP-DF

A Faculdade Evangélica de Brasília (FE), além de não cumprir obrigações trabalhistas como depósito do FGTS, INSS e pagamento de salários, tem tratado seus empregados com retaliação e coação.

Foi o que aconteceu com um grupo de auxiliares de ensino que cobrou da instituição os salários vencidos e foram arbitrariamente demitidos. Alguns adotaram a medida de paralisação por um dia, outros, apenas questionaram nos corredores.

"Vocês sabiam que isso ia acontecer", disse um representante da faculdade para os trabalhadores que reivindicaram os direitos.

Esses trabalhadores demitidos foram recebidos pelo SAEP, na sede do Sindicato, quando todos foram ouvidos e receberam orientação da assessoria jurídica.

Coação e retaliação
A Faculdade Evangélica tem um histórico de constantes atrasos em direitos trabalhistas como pagamento de salários e 13º. O depósito do FGTS, por exemplo, tem auxiliar que não recebe há mais de dois anos.

E quando o empregado, que trabalha o ano inteiro com comprometimento e dedicação, cobra um direito que é garantido por lei, ele tem como resposta a demissão. É dessa forma que a FE tem agido com seus funcionários.

"É uma humilhação a gente trabalhar o mês inteiro e não receber nem o salário", criticou um dos trabalhadores demitidos.

Além disso, há denúncias de que um representante da direção da faculdade coage os trabalhadores para que não procurem o SAEP.

"Sempre que o Sindicato aparece lá [na faculdade] há retaliação. Toda vez que tem reunião com o SAEP ela [representante da instituição] diz: ´Veja lá o que vocês vão dizer, hein?´", revelou um auxiliar.

Contra-cheque
Não é de hoje que os diretores do SAEP recebem denúncias de irregularidades na Evangélica. Uma das principais reclamações é em relação ao contra-cheque, documento que a instituição sempre exige a assinatura em data diferente da data do pagamento.

"Lá não existe esse negócio de 5º dia útil. O pagamento é sempre no dia 10 e às vezes até depois disso. Eles sempre pedem para assinar com a data do 5º dia útil. O que reina para eles é a impunidade", denunciou outro auxiliar demitido.

Os trabalhadores, ainda em reunião com o Sindicato, informaram também que até os atestados admissional e demissional são pagos pelos empregados. "Eles não pagam para ninguém, eu tive que pegar dinheiro emprestado para fazer o meu", contou a auxiliar.

Isto é ilegal. Os valores gastos com atestados admissional, demissional e periódicos devem ser custeados pelo empregador, este direito é garantido pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Qualquer coisa diferente disso é ilegal.

Parceria com JK
A Faculdade Evangélica tem parceria com o Colégio JK na forma de aluguel de espaço.

No entanto, os auxiliares de ensino denunciaram que os empregados da Evangélica são obrigados a atender também as demandas do JK, sem receber nada por isso.

"A gente trabalhava para duas instituições e recebia só de uma. Os setores já estavam no limite, com a vinda do JK houve uma sobrecarga e éramos cobrados por isso. Tava muito difícil", revelou o auxiliar de educação.

De acordo com as denúncias dos trabalhadores da FE, quando os representantes da instituição eram questionados sobre os serviços prestados para o Colégio JK, tinham como resposta:

"Quem não quiser trabalhar para as duas a porta da rua é serventia da casa".

Essa é a forma precária, atrasada, exploratória e desrespeitosa com que a Faculdade Evangélica tem tratado seus empregados.

Para o Sindicato, isto é intolerável.

Desde o ano passado o SAEP tem procurado medidas legais para se fazer cumprir a CLT e a Convenção Coletiva de Trabalho na Evangélica.

Uma ação judicial já foi ajuizada reivindicando os direitos dos trabalhadores.

Para que o Sindicato continue a combater esse tipo de tratamento com os trabalhadores, é fundamental a participação dos auxiliares e a filiação de toda a categoria.

Faça parte do Sindicato e fortaleça a luta pelo fim dos desrespeitos aos trabalhadores, filie-se.

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