Brasília, quarta-feira, 1 de abril de 2009 - 16:25
SAÚDE PÚBLICA
Mulheres fazem manifestação silenciosa contra CPI do Aborto
Fonte: Vermelho
Frente Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres diz que aborto tem caráter criminalizante e discriminatório

A CPI do Aborto tem caráter criminalizante e discriminatório. Esse é um dos dez motivos apresentados pela Frente Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, na manifestação que fizeram na noite desta terça-feira (31), no Salão Verde da Câmara, local de maior movimentação de parlamentares. A manifestação silenciosa consistiu apenas da abertura de faixas e cartazes e distribuição entre os deputados dos "Dez Motivos para Não Instalação da CPI do Aborto".
Os outros motivos, enumerados pelas manifestantes, são "o caráter policialesco e inquisitório" da CPI, que definem como CPI da Fogueira, em alusão as fogueiras em que a Igreja Católica matava as mulheres na época da inquisição. Lurdinha Rodrigues, da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL), destaca como grande preocupação do movimento que a CPI atingirá especialmente as mulheres da classe trabalhadora, maioria da população brasileira, em especial as mais pobres e vulneráveis.
Liége Rocha, da Secretaria Nacional da Mulher do PCdoB, acrescenta que esta população de mulheres é a mais penalizada pela lei que criminaliza o aborto. Sem garantias do direito à saúde, elas utilizam serviços e métodos inseguros de interrupção da gravidez, o que ameaça suas próprias vidas. Liége destaca ainda que elas são submetidas a tratamentos desumanos nos serviços públicos.
As mulheres insistem que a CPI não busca solução para os problemas relacionados ao aborto, lembrando que nem todos os serviços de saúde pública disponibilizam atendimento aos casos previstos no Código Penal, que permite o aborto em casos de risco de morte e em consequência de violência sexual.
"A CPI em nada responde a esta realidade da vida sexual e reprodutiva das mulheres e será mais um instrumento para acusar, perseguir e ameaçar a saúde e vida das mulheres", alerta o documento entregue aos parlamentares, que lembra ainda que a CPI também iria causar insegurança jurídica, já que representa violação ao processo legal e ameaça às liberdades fundamentais garantidas na Constituição Federal.
A Frente Nacional reserva parte dos motivos para apresentação de propostas, como uma ampliação do debate sobre o assunto no Congresso nacional, "de modo a instaurar um diálogo pautado pelo humanismo, separando perspectivas totalitárias e autoritárias e revendo compreensões e crenças baseadas em informações errôneas, divulgadas por ignorância ou má fé".
Últimas notícias
“Diálogo e responsabilidade”: garante governo, sobre redução da escala 6x1
12/9 - 17:11 |
Julgamento no STF adia, na Câmara, votação de isenção do IR para até R$ 5 mil
11/9 - 13:53 |
Conquistas e derrotas sociais: leitura mirando 2026
11/9 - 13:31 |
Condenação ou anistia para os golpistas de 2023
8/9 - 15:46 |
ENSINO SUPERIOR: Conquistas que valem a pena e valorizam a luta
Notícias relacionadas
Papa Francisco: pontífice progressista que apoiava o movimento sindical
12/3 - 12:4 |
8 de março: a histórica força feminina nas lutas sociais
21/1 - 12:51 |
Licenças maternidade e paternidade poderão ser ampliadas
16/6 - 21:55 |
A pauta insana do bolsonarismo inviabiliza o Brasil
8/3 - 10:26 |
Dia Internacional da Mulher