Brasília, segunda-feira, 17 de outubro de 2011 - 15:36
GREVE NACIONAL
Com nova proposta, bancários devem retornar nesta terça (18)
Fonte: Contraf-CUT)
Documento, apresentado após 18 dias de greve nacional, garante aumento real, valorização do piso e PLR maior
Após 18 dias de greve nacional dos bancários, a maior dos últimos 20 anos, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou, na sexta-feira (14), nova proposta que inclui reajuste salarial de 9% (correspondendo a um aumento real de 1,5%), valorização do piso da categoria que passaria a ser de R$ 1.400 (aumento real de 4,3%) e melhorias na PLR (participação nos lucros e resultados), com aumento da parcela fixa da regra básica para R$ 1.400 (reajuste de 27,2%) e do teto da parcela adicional para R$ 2.800 (reajuste de 16,7%).
A proposta inclui ainda cláusula que coíbe o transporte de numerário por bancários e o fim da divulgação de rankings individuais dos funcionários, combatendo o assédio moral.
Na avaliação do Comando Nacional dos Bancários, a proposta apresentada atende às principais reivindicações dos bancários: aumento real de salário pelo oitavo ano consecutivo, valorização do piso, distribuição de um valor maior de PLR e avanços nas cláusulas de segurança e saúde do trabalhador.
Dessa forma, o Comando recomenda a aprovação da proposta pelas assembléias que serão realizadas pelos sindicatos na segunda-feira (17), em todo o país. Dessa forma, a greve poderá se encerrar com retorno da categoria ao trabalho na terça-feira (18).
"A proposta traz avanços importantes e é uma conquista da greve nacional da categoria, a mais forte em duas décadas, que mobilizou trabalhadores de bancos públicos e privados por 18 dias, chegando a paralisar 9.254 agências em todo o país e forçou os bancos a mudarem de posição", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
"A proposta adquire ainda mais importância porque representa a consolidação de uma política permanente de recomposição dos salários, com aumento real pelo oitavo ano consecutivo e valorização do piso da categoria", sustenta.
Cordeiro lembra ainda que nas primeiras rodadas de negociação os bancos negavam a possibilidade de aumento real, alegando risco de alta da inflação, discurso que foi amplamente repercutido pela mídia.
"Essa tese falsa foi derrotada. Conseguimos arrancar vitória econômica, com a melhoria do poder de compra dos salários e do piso, mas principalmente política. Os bancos tentaram vencer a categoria pelo cansaço, mas revertemos o quadro e saímos vitoriosos", afirma.
A conquista deixa clara a importância da consolidação da estratégia de unidade nacional da categoria.
A campanha unificada, reunindo trabalhadores de bancos públicos e privados, vem sendo construída desde 2004 e cada vez mais se mostra como uma opção acertada da categoria, que reitera sua opção em todas as conferências e congressos.
"Com isso, conquistamos a Convenção Coletiva de Trabalho válida para todos os bancos em todo o território nacional - fato único entre as categorias profissionais no Brasil", aponta o presidente da Contraf-CUT.
Na avaliação do Comando, com a proposta apresentada, a Campanha Nacional 2011 se soma a essa trajetória de vitórias.
Os dias de paralisação não serão descontados, mas serão compensados até o dia 15 de dezembro e, assim como nos anos anteriores, eventual saldo após esse período será anistiado.
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