Brasília, sexta-feira, 2 de julho de 2010 - 18:40
ORGANIZAÇÃO DA CATEGORIA
Auxiliares de educação da FTB se filiam ao SAEP em defesa de seus direitos
Por: Daiana Lima
Instituição em crise financeira quer passar a conta para os trabalhadores pagarem

Com o objetivo de se organizarem e também de fortalecerem o SAEP na luta pelos direitos dos trabalhadores, os auxiliares de educação da Faculdade da Terra de Brasília (FTB) se filiaram ao Sindicato na última quarta-feira (30).
O ato aconteceu durante reunião no auditório da FTB, no Recanto das Emas, com a presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, e o diretor Mário Lúcio Souto Lacerda.
A FTB tem cometido, constantemente, irregularidades em relação aos direitos trabalhistas dos auxiliares de ensino.
Por esta razão, os diretores do SAEP se reuniram, na última quarta-feira (30), com os trabalhadores da FTB para ouvi-los e orientá-los nesse processo de crise financeira da instituição.
Durante o encontro, os representantes do Sindicato passaram uma lista entre os trabalhadores para que cada auxiliar denunciasse uma irregularidade.
O resultado é surpreendente! Foram aproximadamente 50 reclamações de desrespeito ao trabalhador e seus direitos garantidos por lei.
O SAEP
O Sindicato, ao se daparar com situações para as que ocorrem com os trabalhadores da FTB, entende que só há uma maneira de combater essas e outras irregularidades praticadas pelos patrões, a organização da categoria e sua consequente filiação ao SAEP, pois só com o fortalecimento da entidade é possível combater esse quadro caótico.
E mais, o Sindicato é o lugar onde os trabalhadores poderão se estruturar para que esses e outros problemas não aconteçam. Mas se acontecerem, terão a entidade para defendê-los.
A presidente do SAEP chama a atenção para o fato de que não há outra maneira de os trabalhadores se organizarem para se defenderem. Assim, o ingresso desses trabalhadores, além de fortalecer o SAEP, fortalece também a categoria e seus membros.
Denúncias
As principais irregularidades na FTB denunciadas pelos auxiliares são:
- atraso no pagamento do salário, em alguns casos, chega a ser três meses não pagos;
- atraso no pagamento do vale-transporte;
- não pagamento do FGTS;
- desconto do INSS, mas sem depósito na conta vinculada;
- Banco de Horas irregular;
- desvio de função;
- não pagamento do 13º salário;
- constante ameaça de demissão; e
- falta de uniforme e equipamento de trabalho.
Como pode ser constatado, a falta de respeito aos direitos trabalhistas e às pessoas que zelam pelo bom funcionamento da instituição é grande.
"Vamos procurar na Justiça os meios legais para fazer com que a direção da FTB regularize as pendências com os auxiliares. Se a instituição tem algum problema administrativo, não é o trabalhador que vai pagar", ressalta a presidente do SAEP, Maria de Jesus.
Falta tudo
Enquanto os donos da FTB seguem engordando seus lucros - afinal, os estudantes continuam passando as mensalidades, que não são baratas, e a instituição realizando novos vestibulares, quem paga caro pela crise financeira da FTB é o trabalhador, em particular os auxiliares de administração.
"O que acontece na FTB é inaceitável, é desumano. Os trabalhadores, com seus baixos salários, têm que manter as despesas de casa. Muitos pagam aluguel e alguns não têm mais condições nem de colocar comida em casa", observa Maria de Jesus.
Relato dos trabalhadores
"Estou passando necessidade em casa, se não fosse minha mulher, eu não sei o que seria", diz Plínio dos Santos*.
"Eu não tenho dinheiro para pagar a condução dos meus filhos para ir à escola, meu marido é quem está tentando manter tudo sozinho", conta Conceição das Graças*.
"Na minha casa está faltando até comida. E a gente está pagando para vir trabalhar", reclama Joaquim Silva*.
"Eles deveriam pagar pelo menos o salário, a gente paga aluguel, vamos acabar sendo despejados", argumenta Lima e Silva*.
"Eles passam uma semana sem pagar o vale-transporte e se a gente faltar é descontado", protesta Duda Soares*.
"Socorro, estamos pagando para trabalhar!", se enfurece Maria das Dores*.
*Para que os trabalhadores não sofram qualquer tipo de represálias, os nomes usados em Relato dos trabalhadores são fictícios
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